Numa sexta-feira Jesus Cristo foi traído e crucificado e coincidência ou não, também numa sexta-feira, 13 de outubro de 1307, o Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários Jacques De Molay e os Templários foram traídos, vindo desde esta data a maldição da sexta-feira 13.
Muitos podem questionar o por que do fato não ter se dado no dia 12 e sim no dia 13? A resposta pode ser justificada por ser o número 12 tido como o número perfeito: 12 foram os Apóstolos de Jesus; 12 são as Tribos de Israel; 12 são os meses do ano; 12 são as Constelações do zodíaco, 12 são os passos da Iniciação Menor de um Cavaleiro Templário e daí por diante.
Queremos aqui falar muito mais além da tragédia da Ordem do Templo em uma sexta-feira 13 do ano de 1307, para que Templários e profanos possam refletir sobre outros fatores que envolvem os fatos.
Achar que a mais importante Ordem Militar da idade Média com infiltração em toda a Europa, possuindo mais de 9 mil propriedades naquele Continente, com homens bem treinados e um serviço de inteligência de grande capacidade não sabia o que ia acontecer, chega a ser infantilidade. É menosprezar a inteligência de quem estava muito além do seu tempo, basta constatar as construções Góticas feitas pela Ordem na Europa, a esquadra que possuía, a implantação do “sistema bancário” e outros tantos feitos nas áreas de agricultura, pecuária, comércio e diplomacia.
A maior prova de que a Ordem já sabia o que ia acontecer é que apenas os bens imóveis foram “confiscados” pelo rei e pelo Papa. E os móveis quais foram o seu paradeiro? Onde estão? Até hoje ninguém descobriu. Dizem que estão distribuídos em alguns Continentes. Fala-se que entre eles estão a Arca da Aliança, o Cálice do Santo Graal, documentos históricos, pergaminhos, joias e relíquias como o Manto de Turim, entregue por um membro da Ordem à igreja que confirma a autenticidade de ter sido o que cobriu Jesus após à Sua crucificação e que era cultuado pelos Templários em suas reuniões capitulares.
Sabe-se que a Ordem pagava muitas vezes o valor real para adquirir pergaminhos, peças sacras e objetos sagrados. Onde estão eles? Até hoje isso é um mistério não decifrado.
A Ordem possuía seu próprio código, que só os Guardiões e altos Oficiais conheciam e, através deles se comunicavam.
Se a Ordem tinha cerca de 9 mil propriedades, imaginemos que se cada propriedade tivesse apenas 10 homens, chegaríamos a um contingente de 90 mil homens que certamente estariam prontos a darem às suas vidas pelo Grão-Mestre e pela Ordem. Por que não o fizeram? Essa resposta seria a mesma do porquê de o Cristo não ter insuflado seus seguidores para reagir ao saber com antecedência que ia ser traído por Judas, ou então apenas sumir.
Perguntamos: O Cristianismo existiria até os nossos dias se o Cristo reagisse? Se fugisse ou sumisse Ele teria cumprindo o Plano Divino para o qual veio à terra? Seria ele visto como o pacificador, o que apontou a lei do amor como a norma a ser seguida para que o homem alcance a plenitude de sua felicidade e comunhão com o Pai?
Respeitada as proporções e os personagens, o fato é que as Cruzadas haviam acabado e um novo rumo deveria ser tomado e, por esta razão, Jacques de Molay se apresentar sem solicitar a reação de seus soldados. Assim os princípios e segredos da Ordem chegaram até os dias de hoje às vésperas de seus 900 anos de existência sem maculas.
Levaram a casca e não conheceram o que havia dentro.
Quem foi Jacques De Molay? Muitos não sabem que o Grão-Mestre era um Sacerdote Militar, fazia parte da Cavalaria Espiritual da Ordem detentora de segredos que só tomam conhecimento àqueles que se apresentam diante do Altar Divino como servos do Cristo, com humildade e pureza de coração, que entende que a vida na matéria não passa de uma ilusão, que a verdadeira vida é a espiritual, daí o Cristo afirmar que ao homem é necessário nascer em espírito para se comunicar, conectar com o Pai.
A cúpula espiritual da Ordem sabia que com a última Cruzada muitos soldados estavam em conflitos e que os traidores e covardes que haviam se infiltrado na Ordem iriam tomar outros rumos até mesmo, criar novas ordens, o que foi visto depois da “dissolução”.
Os traidores debandaram sem conhecer os mistérios que só se revela aos que são dignos, conforme o próprio Cristo afirmou: “digo meus mistérios aos que são dignos de meus mistérios”.
Ainda hoje o nome de Jacques De Molay representa uma bandeira levantada como estandarte de honradez, dignidade e princípios elevados até por aqueles que não pertencem à Ordem, como no caso da Maçonaria que em alguns graus de elevação usam o nome dos Templários, apesar de não ter nenhum vínculo com a Milícia Branca do Cristo.
A data de sexta-feira 13 mostra-nos os dois lados da moeda: De um lado apresenta a indignidade de um rei corrupto e mal caráter, Phelippe IV (o Belo) aliado ao medo e omissão do Papa Clemente V, que vivia no “cativeiro de Avignon” e não pode reagir em nome dos Templários que sempre foram fiéis defensores da Igreja e do Cristianismo; de outro lado vemos que a Ordem do Templo entrou para a história da humanidade como a mais honrada e exemplar Ordem Militar da Idade Média, defensora dos Cristãos e da Igreja e, graças ao Pergaminho de Chinon descoberto nos Arquivos secretos do Vaticano pela pesquisadora Bárbara Frale, e trazido a público pelo Papa bento XVI, deixa bem claro que a Ordem do Templo nunca foi herege e nunca traiu ao Cristo, à Igreja e aos princípios do Cristianismo.
Não queremos entrar no mérito da traição e nem do martírio do Grão-Mestre e de outros Irmãos Templários, no entanto, o grito de De Molay, envolto pelas chamas da fogueira, amarrado à coluna na porta da Catedral de Notre Dame, em Paris, ecoam nas páginas da história como uma prova de injustiça e crueldade, mas também de que a Justiça Divina acabaria se realizando. Disse ele: Nekan Adonai... convocando ao rei Phelippe IV e o Papa a comparecerem perante Deus no prazo de um ano para prestarem contas do ato bárbaro cometido contra ele e contra a Ordem. Coincidência ou não, tanto o rei como o Papa morreram com menos de um ano depois do grito do Grão-Mestre.
Jacques De Molay e Geoffroy de Chamey enfrentaram a sentença de morte na fogueira em silencio e diante da multidão, dos Cardeais e do rei e de seus convidados declararam suas inocências o que irritou o rei que determinou que os exterminassem urgentemente.
Com menos de dois anos da tragédia da Ordem do Templo, seus membros foram reconhecidos como mártires e assim segue até os dias de hoje.
Jacques De Molay tinha 72 anos no ato de sua morte, o que não era comum aos homens de sua época onde as pessoas com raras exceções viviam apenas cerca de 50 anos.
A Ordem nunca acabou, muito pelo contrário foi protegida na Inglaterra, Escócia, Espanha e principalmente em Portugal onde o rei Don Diniz acolheu os Templários por ocasião das perseguições, contrariando a vontade do rei e a determinação do Papa e, em 15 de novembro de 1319, criou a Ordem Militar de Cristo para oficializar seu acolhimento.
A Ordem Templária muito contribuiu para a descoberta das Américas com seu conhecimento náutico.
Hoje já se sabe que antes mesmo de Cabral ter descoberto o Brasil a Ordem do Templo já havia estado em terras brasileiras.
Espera-se que esta seja a última sexta-feira 13 de outubro que a espada continua desnuda e que o reconhecimento oficial da injustiça cometida seja feito pela Igreja que tem essa dívida com os Templários do mundo inteiro.
Fr.+++ Albino Neves
Gran Prior do Brasil – GPIT Jacques de Molay – SMOTH
Legado Magistral – OSMTH-Porto